Blatter espera 'sábia' decisão do Congresso sobre Lei da Copa

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, desejou nexta sexta-feira que o Congresso Nacional tome uma "sábia decisão" sobre a Lei Geral da Copa.
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, desejou nexta sexta-feira que o Congresso Nacional tome uma "sábia decisão" sobre a Lei Geral da Copa, que define regras para a realização do Mundial de 2014 e da Copa das Confederações em 2013 no Brasil.

Após um almoço com o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), o ministro do Esporte, Aldo Rebelo e o relator da Lei Geral, deputado Vicente Cândido (PT-SP), Blatter agradeceu declaração de Maia, que afirmou que o Parlamento estará "engajado" em dar condições para a realização da Copa.

"As garantias que foram dadas pelo presidente da Câmara são parte importante da organização da Copa do Mundo... É por isso que eu o congratulo, o agradeço e desejo ao seu Parlamento sábias decisões", disse o presidente da entidade que comanda o futebol mundial após o encontro.

A Lei Geral da Copa espera um aval do plenário da Câmara para ser encaminhada ao Senado. Só depois da análise de senadores é que a proposta segue à sanção presidencial.

Logo depois do almoço, o presidente da Câmara disse a jornalistas que "o Parlamento brasileiro estará sempre atento, cooparticipante e principalmente engajado em dar todas as condições objetivas para que a Copa do Mundo seja realizada da melhor maneira possível no Brasil".

O clima político tenso dos últimos dias chegou a ameaçar um dos compromissos assumidos pelo governo brasileiro junto à Fifa: o de permitir a venda e o consumo de bebidas alcoólicas nos estádios. A entidade internacional tem interesse nessa questão, já que tem uma cervejaria entre seus principais patrocinadores.

A permissão da venda de bebidas alcoólicas é um dos temas mais polêmicos e provoca divergências principalmente na bancada evangélica, o que faz da Lei da Copa uma matéria sensível. Além disso, a turbulência na relação entre a base e o governo nos últimos dias também teve efeitos na tramitação da proposta.

O governo chegou a fazer um acordo com a base aliada nesta semana para tirar a permissão das bebidas da lei, numa tentativa de viabilizar sua aprovação, mas recuou no dia seguinte.

O ministro do Esporte reiterou nesta sexta-feira que o governo vai cumprir os compromissos assumidos junto à Fifa, tese que já estava presente em nota divulgada na véspera.

O novo líder governista na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), também garantiu que defenderá a posição atual do governo, de assegurar o cumprimento dos compromissos com a entidade. Chinaglia disse ainda que deve se reunir como relator, líderes da base e da oposição para "aglutinar" posições sobre o projeto.

Marco Maia lembrou que a matéria está inicialmente pautada para a próxima semana, mas que sua votação depende do desenrolar de outros temas controversos na Câmara, como o texto que atualiza o Código Florestal.

A demora em concluir a votação da Lei Geral já provocou reações do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke. Ele chegou a dizer que os organizadores do evento no Brasil precisavam de "um chute no traseiro", mas se desculpou depois.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello; Edição de Tatiana Ramil)

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