Mulheres no poder


Em 8 de março é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Antes mães, filhas e esposas, hoje tudo isso e muito mais, as mulheres vêm se destacando no mercado de trabalho e na política em cargos de grande visibilidade e responsabilidade. 
Por KARINA COSTA
Em 8 de março é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Antes mães, filhas e esposas, hoje tudo isso e muito mais, as mulheres vêm se destacando no mercado de trabalho e na política em cargos de grande visibilidade e responsabilidade.

O Tempo de Mulher selecionou mulheres de fibra que representam com louvor a liderança e as conquistas do sexo feminino nestes dois últimos séculos. De líderes políticas a ativistas sociais, elegemos mulheres mundialmente reconhecidas por sua inteligência, competência, fibra, foco e determinação. E por fazerem toda a diferença neste mundo.

A primeira mulher presidente do Brasil é um marco de revolução nas conquistas femininas. Dilma Rousseff assumiu o cargo em janeiro de 2011. A mineira de 64 anos formou-se em Economia e logo na juventude se interessou pela militância política, quando passou a fazer parte de organizações contra o regime militar.

Foi uma das fundadoras do Partido Democrático Trabalhista ao lado de seu ex-companheiro Carlos Araújo, com quem tem uma filha. Em Porto Alegre, onde residiu depois de ter sido solta das prisões políticas da ditadura militar, foi secretária municipal da Fazenda, e de Minas e Energia. Participou da reformulação política do plano de governo de Luiz Inácio Lula da Silva no começo da década de 2000 e, posteriormente, tornou-se ministra de Minas e Energia, seguida por uma indicação ao cargo de ministra-chefe da Casa Civil.

Apontada como braço direito de Lula em seu mandato, teve total apoio do ex-presidente à sua candidatura. Sua popularidade foi destacada em diferentes rankings como o da Forbes, em 2010, quando a apontava como a 95ª mulher mais poderosa do mundo. Em 2011, levou-a para a 3ª mais influente.

Em meio a simpatizantes e opositores, Dilma tem mostrado pulso firme. Começou seu mandato fazendo uma “limpeza” ao demitir ministros e outros funcionários possivelmente ligados a casos de corrupção. No lugar deles, Dilma tem privilegiado as mulheres. No começo de seu governo estabeleceu que pretende ter um terço de mulheres no ministério.

Posar para fotos, ser ícone da moda, organizar jantares e acompanhar o marido presidente não parecem ser as preferências da primeira-dama dos Estados Unidos. A esposa do presidente Barack Obama é popular por ser engajada e parece não temer quando precisa colocar mãos à obra e vincular sua imagem a alguma ação social que considere legítima. Defende causas como a do combate à obesidade infantil e está bastante ligada às decisões políticas de Obama, segundo descrito no livro "Os Obamas", da jornalista Jodi Kantor, do New York Times.

No livro, ela conta que Michelle Obama é temida pela equipe da Casa Branca e é, na verdade, muito diferente da mulher simpática e sorridente que se mostra. Apontada como conselheira e a maior influência de Barack Obama, a mãe de Malia, de 13 anos, e Sasha, de 10, parece ser linha dura com os assuntos do governo e de sua família.

Nascida em Chicago, Michelle conheceu o presidente dos Estados Unidos quando começaram a trabalhar junto num escritório de advocacia, onde foi designada a ser a ser mentora dele. Parece que nada mudou, não?

Segunda na lista das 100 mulheres mais poderosas do mundo em 2011 pela Forbes, Hillary Clinton passou de primeira-dama do Estado do Arkansas (1979-1981 e 1983-1992) e também dos Estados Unidos durante a gestão de seu marido, Bill Clinton (1993-2001), para primeira senadora nova-iorquina do sexo feminino.

Formada em Direito, foi considerada por duas vezes uma das cem advogadas norte-americanas mais influentes. Quando primeira-dama do Arkansas, destacou-se por sua participação em diversas organizações voltadas para o bem-estar da infância. Já como a mulher do presidente dos Estados Unidos, a atual secretária de Estado do governo Barack Obama passou por dois escândalos, o envolvimento com uma empresa acusada de operações ilegais, e o caso de Bill Clinton com a estagiária Mônica Lewisky, em 1998.

Sua vida pública também ficou marcada por ter inicialmente apoiado o presidente George W. Bush na questão da guerra do Iraque, apesar de posteriormente ter mudado de lado. Como oposição do presidente à época conseguiu se reeleger ao Senado, em 2006. Com o objetivo de ser a primeira mulher a se candidatar à Presidência da República dos Estados Unidos, concorreu às prévias de seu partido, mas perdeu a disputa para Obama.

Um grande legado de Margareth Tatcher, primeira mulher a ocupar o cargo de Ministra da Grã-Bretanha, isso em 1979, foi ter aberto portas para que tantas outras mulheres alcançassem o posto de grandes poderosas da política mundial. Tantas outras vieram e, entre elas, Angela Merkel, chanceler da Alemanha.

Com 57 anos, lidera a lista das 100 mulheres mais poderosas do mundo, segundo a Forbes. Na revista norte-americana ela foi eleita por sua "liderança indiscutível na União Europeia (UE), importante para uma maior integração da zona do Euro".

Chanceler da Alemanha desde 2005 e primeira mulher a ocupar o mais alto cargo de comando na Alemanha, exerce seu segundo mandato e esteve cinco vezes no topo da lista da Forbes. Angela é cientista, presidente daUnião Democrata Cristã (CDU) e passou pelos cargos de ministra da Mulher e da Juventude e ministra do Meio Ambiente.

Era o ano de 1994 quando um conflito étnico atingiu Ruanda, resultando no maior genocídio ocorrido no século 20. Entre mais de 800 mil mortos das etnias Tutsi e Hutus, um país destruído, não seria preciso qualquer outro motivo para os sobreviventes perderem a esperança na vida.

Immaculée Ilibagiza, então com 22 anos, foi uma das sobreviventes que fez dos piores dias de sua vida um renascimento. Ela e mais sete mulheres passaram três meses em silêncio escondidas no banheiro da casa de um pastor a fim de escapar do conflito. Imaculée perdeu a maior parte de sua família no conflito, mas não a esperança de fazer algo para a reconstrução de sua vida e de seu país.

Passou a trabalhar para a Organização das Nações Unidas (ONU) na recuperação do país e emigrou para os Estados Unidos quatro anos mais tarde quando começou novamente uma matança de sobreviventes do genocídio a fim de que não testemunhassem nos tribunais. Continuou com seu trabalho na ONU e, mais tarde, criou uma fundação dedicada a ajudar outros sobreviventes, principalmente crianças órfãs, a se recuperarem dos efeitos do genocídio e da guerra, a Left to Tell Charitable Fund.

Casada e mãe de dois filhos, hoje ela é palestrante e autora de um best-seller "Sobrevivi para Contar - O Poder da Fé me Salvou de um Massacre", traduzido para mais de 20 idiomas.

Não à toa a ienemita Tawakkul Karman e as liberianas Ellen Johnson Sirleaf e Leymah Gbowee receberam o prêmio Nobel da Paz em 2011. Cada uma ao seu modo, deixou uma lição de determinação para lutas políticas e causas sociais. Veja a seguir a história de cada uma dessas mulheres.

Cristina Kirchner foi a primeira-dama da Argentina no governo de seu hoje falecido marido, Nestor Kirchner. Sucedeu seu governo como a primeira mulher eleita pelo voto direto em seu país, em 2007, sendo reeleita ano passado para um segundo mandato.

Natural de La Plata, a argentina de 58 anos, formou-se advogada e tem doi filhos, fruto de seu relacionamento com Nestor Kirchner, seu colega de estudos e militância política, com quem casou aos 22 anos, seis meses depois de se conhecerem na faculdade de direito. Política de carreira, ela foi anteriormente deputada provincial, federal e senadora.

Melinda Gates é esposa de um dos fundadores da Microsoft, Bill Gates, que, ao seu lado, dedica-se a projetos filantrópicos. Juntos, cuidam da Bill & Melinda Gates Foudation, considerada a maior entidade filantrópica do mundo. Formada em Economia e Ciências da Computação, ela foi convidada para trabalhar na Microsoft quando tinha 22 anos.

Foi lá que conheceu Bill, com quem casou e teve três filhos. Levou sua experiência de executiva para a ONG e decidiu com o marido que doariam parte de sua fortuna para a caridade. Desde então, ao invés de privilegiar somente projetos voltados à tecnologia, Melinda propôs o mapeamento dos problemas de desigualdades que mais afetavam a humanidade.

Com isso, a fundação passou a investir nas mazelas ao redor do mundo, como as da área de saúde: o combate a Aids, malária e outras doenças. Pela iniciativa, foram premiados pela liderança em saúde global. Estima-se que o casal trenha doado quase metade de seu patrimônio para causas humanitárias.

A vida dela está nas telas de cinema no longa “A Dama de Ferro”, longa que rendeu a Meryl Streep o Oscar de Melhor Atriz no papel de Margareth Thatcher. O título do filme faz jus a sua fama, já que “dama de ferro” é como ficou conhecida desde 1979 quando tornou-se a primeira mulher a ocupar o cargo de ministra da Grã-Bretanha.

Começou sua vida política quando eleita presidente da associação conservadora de Oxford, além de ter sido Secretária de Estado para Assuntos Sociais e Ministra da Educação. Em 1975, tornou-se líder do partido conservador britânico e ficou conhecida por sua postura inflexível e austeridade no exercício de seu cargo.

Entre detratores e defensores, governou até o ano de 1990. Por que a admiramos? Posições políticas à parte, Margareth foi a primeira mulher a dirigir uma democracia moderna. Isso, óbvio, numa época em que somente os homens estavam no poder.

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