Aumenta Adesão à Greve da Polícia Civil do Ceará Diz Sindicato

Após o fracasso da reunião entre sindicato dos policiais civis e secretaria da Segurança Pública do Ceará na noite desta quarta-feira (4), o número de delegacias paradas no Ceará cresceu, de acordo com o sindicato dos policiais civis do estado (Sinpoci).
Na tarde desta quarta, 34 das cerca de 50 delegacias do estado estavam paradas e, na manhã desta quinta-feira (5), praticamente todas as unidades suspenderam funcionamento. O G1 entrou em contato com as 35 delegacias distritais e apenas o 13º e 32º DPs disseram estar atendendo normalmente à população. Nas delegacias especializadas não há atendimento e, nas unidades municipais e regionais, o funcionamento é parcial. “Estou eu, um policial civil que vai entregar o plantão e uns 15 soldados da Força Nacional. Não temos nem escrivão, sem eles ninguém trabalha. Nem guias cadavéricas podemos fazer”, afirmou um dos titulares da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), Luís Carlos Brito. Os policiais civis e escrivães da DCA se juntaram aos grevistas por volta das 22h de quarta-feira, após serem visitados na unidade por manifestantes.
Na Delegacia Metropolitana do Eusébio, guardas municipais realizam a segurança da unidade. E, durante a noite, a segurança é feita por soldados da Força Nacional. Somente os delegados estão trabalhando normalmente nos expedientes, não há atendimento à população, pois a delegacia também está sem escrivão. Em situação semelhante estão as outras unidades da Região Metropolitana de Fortaleza.
O G1 entrou em contato com as delegacias regionais no interior do Ceará. Em algumas, os policiais não haviam comparecido no plantão da madrugada; outras aguardavam o fim do plantão  sem saber se os policiais do próximo expediente iriam aparecer ou não; na cidade de Acaraú, o próprio delegado atendeu o telefone, afirmando estar apenas na companhia do recepcionista; em outras, o efetivo ainda resiste com 30%.
Polícia Civil em greve
Os policias civis do Ceará decidiram parar 100% dos serviços na última terça-feira (3).  A categoria reivindica a implantação de um plano de cargos e carreiras, além de rajuste salarial. Os policiais civis querem que o salário deles seja o equivalente a 60% do salário de um delegado, que atualmente é de R$ 7.500. Atualmente, o salário representa 30% desse valor.
Esta é a terceira paralisação do policiais civis em seis meses mas, desta vez, eles afirmam que só voltam a trabalhar após ter as reivindicações atendidas. A primeira paralisação da categoria ocorreu no dia 2 de julho de 2011, mas foi decretada ilegal em 5 de julho pela 6ª Vara da Justiça.
A categoria retomou as atividades em 3 de agosto após impasses com a Justiça. Nova paralisação foi realizada em 14 de outubro, mas o movimento, mais uma vez, foi considerado ilegal pela Justiça, fazendo com que os policiais voltassem ao trabalho em 14 de dezembro.
Nas duas primeiras paralisações a categoria permaneceu com 30% do efetivo trabalhando nas delegacias cearenses. Agora, no entanto, segundo informações do Sinpoci, 100% do efetivo policial vai parar.
Fonte:G1/CE

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