Foto:Greg Salibrian/IG
Anos atrás, não era raro encontrar pessoas que viviam da venda de produtos comprados no Paraguai.A empresa de Macedo representa com exclusividade, no Brasil, as principais marcas mundiais de software e acessórios para videogame, atividade que lhe rendeu faturamento de R$ 200 milhões no ano passado. Seus clientes continuam sendo lojistas, só que hoje eles são empresas formalizadas e estão espalhadas pelo território nacional.
A NC tem 180 funcionários, dos quais 60 são promotores e representantes, alocados na sede, em São Paulo, e nas filiais de Vitória, no Espírito Santo, de Itajaí, no Paraná. Também possui clientes nos países vizinhos, atendidos por seu escritório de Miami.
Sim. O homem que carregava sacolas cheias de joguinhos no Paraguai não só tem um escritório em Miami, como os mercados estrangeiros já registram participação importante em seus resultados. Respondem por 20% dos negócios, o que faz com que planeje abrir, no próximo ano, escritórios de representação na Argentina, no Chile e na Colômbia.
Mas é no Brasil onde Macedo mais aposta. Ele está triplicando o tamanho da sede, que mudará do bairro do Imirim, zona Norte de São Paulo, para Alphaville, município vizinho à capital. Prevê crescimento de 50% em seus resultados nesse ano, chegando a R$ 300 milhões.
O trajeto percorrido para transformar o sacoleiro em empresário dos games foi muito mais desafiador que as intermináveis viagens ao Paraguai, nas quais embarcava no ônibus com R$ 500 ou R$ 1 mil no bolso para comprar mercadorias. Ou quando batia de porta em porta para encontrar lojistas que quisessem seus produtos. Essa parte, conta, foi uma das mais fáceis. “Eu tinha 22 anos, era muito jovem”, diz.
Além disso, Macedo afirma que esse período coincidiu com uma mudança do próprio Brasil. O Plano Real tinha acabava de ser adotado, dando poder compra à população. Ao mesmo tempo, o País estava fechado às importações, o que fazia com que os jogos que vendia fossem novidades. “Tudo parecia possível”.
Não demorou para que Macedo contratasse vendedores para ajudá-lo. Buscou diferenciais, como financiar as compras aos lojistas, com cheques pré-datados. “Essa prática não era comum naquela época”, afirma.
O volume de vendas gerado com esse reforço fez com que comprar diretamente dos fabricantes, nos Estados Unidos, fosse mais vantajoso do que ir ao Paraguai. Assim, em 1997, substituiu as viagens pelas importações. Sem falar inglês, Macedo enviava via fax os pedidos aos fornecedores que tinha na Califórnia. “As mensagens se resumiam a um send to me, please”, lembra, com humor.
As dificuldades foram muitas. O início do negócio coincidiu com seu primeiro ano de faculdade, no curso de engenharia civil, que tem duração de cinco anos. Só que Macedo dedicou a ele oito anos, em virtude das muitas ausências provocadas pelas viagens e do foco no trabalho. “Não desistia porque achava muito importante ter um diploma de engenheiro”, afirma. Mas quando a NC já somava 60 funcionários, acabou adiando o sonho do diploma e trancou sua matrícula.
Desafios pessoais, como esse, somaram-se aos profissionais. Era difícil gerir a empresa, no começo. “Aprendi com meus erros”, diz Macedo, que se deparou com sérias dificuldades em duas ocasiões. Uma, em 1999, com a desvalorização do real. Com linhas de crédito em dólar, o capital de giro não suportou a transição e o jeito foi renegociar com fornecedores. Depois, em 2004, teve problemas de fluxo de caixa, impactado por conta de importações. Precisou negociar com 11 bancos e com todos os fornecedores. “Mas hoje estou totalmente capitalizado, pronto para crescer”, diz.
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Fonte:iG
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