A Criança e o Amigo Imaginário

Quem nunca ouviu falar de um amigo imaginário que existe na mente de uma criança? Amigo imaginário é uma pessoa, um animal ou qualquer outra criatura inventada por uma criança.
Tudo depende da imaginação; o amigo pode ser de qualquer jeito, com qualquer característica. Geralmente, são crianças sozinhas que os inventam, mas, muitas outras também podem ter um amigo imaginario para fazer sua história e seus próprios amigos.

Os amigos imaginários podem surgir de dois modos: amigos invisíveis (que ninguém pode ver, como uma fada) e, objetos personificados com os quais a criança interage como se fossem humanos (como um bicho de pelúcia ou um brinquedo qualquer).

Há vários fatores que podem influenciar o aparecimento destes "amigos especiais". Eles podem aparecer quando a criança passa por momentos de estresse ou de ansiedade, como por exemplo, quando um amigo muda de escola ou vai morar em outra cidade, e então a criança pode substituí-lo por um amigo imaginário.
Para Freud, o trabalho mental vincula-se a uma impressão atual, a alguma ocasião motivadora no presente, que foi capaz de despertar um dos desejos principais do sujeito. Dali retrocede a lembrança de uma experiência anterior, na qual esse desejo foi realizado, criando uma situação referente ao futuro que representa a realização do desejo. E no decorrer do desenvolvimento a criança aprende que desejar, implica em solucionar os desejos, esses desejos nem sempre são satisfeitos pelo mundo real, a criança mergulha então no seu mundo imaginário, onde todos os seus desejos e sonhos serão satisfeitos. 

O imaginário é uma reconstrução ou transformação do real, ao libertar-se do real o imaginário pode inventar, fingir, improvisar, estabelecer relações entre os objetos e incorporar novas imagens fantasiosas. Para Gilbert Durand o imaginário é uma resposta a angústia existencial frente à experiência negativa da passagem do tempo. É a capacidade de fundar o real e percebê-lo. A distinção usual entre a fantasia e a realidade é a de que o mundo da fantasia contém muitas incertezas, enquanto o mundo da realidade contém as certezas que precisamos para continuar vivendo. 

A criança passa a descobrir que papai Noel não existe ao mesmo tempo em que descobre que seu pai não é um super herói e que sua mãe não sabe tudo. O que torna essa experiência saudável é a boa relação de interação e confiança com os adultos. Desde bebê a criança é estimulada a criar e imaginar, seja através de histórias, contos ou brincadeiras e une tudo isso que aprende com sensações e sentimentos, este fato reflete a importância de um diálogo com carinho de forma clara e participativa, inserindo dados da realidade nas histórias vivenciadas por ela. 

A fantasia pode ser considerada como algo que perpassa o passado, presente e futuro do indivíduo, sendo entrelaçados pelo desejo, uma vez que permite a liberação ilusória da realidade não satisfeita. A fantasia desrealiza o real tornado-se, às vezes, mais real do que a própria realidade.



Cleide Araújo
Psicopedagoga
Colunista Tv Badalo Ceara

Um comentário:

Anônimo disse...

Cleide eu acho interessante este assunto, porque muitas vezes os pais acham até que os filhos estão com algum problema psicológico. Eles não tem o entendimento que possa existir um mundo mágico na mente da criança e que tudo é bem normal.

Luiza

Postar um comentário

>>Ultimas