Kassab silencia PT com afago a Lula


SÃO PAULO e BRASÍLIA - A bancada do PT na Câmara Municipal de São Paulo reconhece ter ficado em situação constrangedora um dia após o prefeito Gilberto Kassab (PSD) propor a cessão de um terreno público para o Instituto Lula, no centro da capital.
Em meio às conversas que podem levar a sigla de Kassab a apoiar o ex-ministro Fernando Haddad na eleição paulistana, os 11 vereadores petistas praticamente deixaram de fazer críticas à gestão ao voltar ao trabalho em ano eleitoral.

"Acima de tudo, temos de respeitar a política de alianças que o partido adotou", argumentou ao Estado um constrangido Alfredinho (PT), vereador que sempre fez duras críticas à política de terceirização na saúde adotada pela atual gestão.

O afago de Kassab ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi tão bem recebido pelos dirigentes nacionais do PT. Reunida na  quinta-feira, 2, em Brasília, a Executiva Nacional petista não se posicionou oficialmente sobre o assunto, mas, de forma reservada, secretários do partido disseram que Lula não deveria aceitar a oferta do prefeito.

A avaliação predominante feita por petistas contrários à aliança com o PSD de Kassab é a de que o negócio dá a impressão de um toma lá dá cá. "Já tem um ano que o prefeito conversa com Lula sobre isso e agora, de forma oportunista, ele aproveitou o momento para parecer que fez acordo com o PT", disse um dirigente do partido.

Embora Lula avalie que Haddad pode ter dividendos políticos com um vice indicado por Kassab, nem o candidato nem a direção do PT veem a proposta com bons olhos. O ex-ministro e a maioria dos dirigentes acham contraditório o fato de o PT se aliar a quem sempre fez oposição.

Alvo. Esse cenário levou os vereadores do PT a acertar o tom do discurso. Interlocutor do prefeito com a bancada, o líder Ítalo Cardoso foi o porta-voz do grupo sobre a possível aliança com o PSD. Ao declarar que estava "feliz" com o gesto de Kassab em favor do Instituto Lula, o petista centrou fogo no PSDB e no instituto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
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