O advogado Enilson de Castro, que representa a mulher que disse estar grávida de quadrigêmeos em Taubaté, no interior de São Paulo, admitiu durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (20) que a gestação era falsa.
Ele não esclareceu, porém, o que levou Maria Verônica Vieira a mentir sobre a gravidez. "A gente ainda não pode responder essa pergunta", disse. A professora afirmou a ele que está "destroçada" com a situação.
A história da gravidez de quadrigêmeos surgiu no início do ano . Na ocasião, a mulher disse em entrevistas que as quatro crianças eram meninas e teriam como primeiro nome Maria. Depois da divulgação da "supergravidez", um médico que atendeu a mulher no segundo semestre do ano passado afirmou que, na ocasião, ela não estava grávida. A polícia começou a investigar o caso. Havia rumores também de que o casal tinha apresentado a ultrassonografia de outra grávida.
O advogado assumiu a defesa de Maria Verônica na madrugada desta sexta-feira, por volta das 4h. Enilson de Castro disse acreditar que o marido dela não sabia da farsa e que outros familiares também não. Segundo o advogado, todos "estão muito abalados com o caso". Ele admitiu que a cliente usava "uma barriga de silicone" com enchimentos. O advogado disse que a mulher, inclusive, se prontificou a doar os presentes que ganhou.
O defensor disse que a mulher não desmentiu a gravidez antes por causa da grande repercussão que o caso tomou. A probabilidade de uma gravidez espontânea de quadrigêmeos é de 1 para 512 mil. O advogado que antes cuidava do caso, Marcos Leite, agora é contratado apenas do marido.
Médico
O obstetra Wilson Vieira de Souza disse que Maria Verônica Vieira realizou um exame de ultrassom que não atestou a gravidez. “Ela veio ao meu consultório em junho, dizendo que estava grávida. Eu pedi o exame de ultrassom e ela só me trouxe no dia 30 de agosto. Também pedi exame de gravidez, mas ela não trouxe. Naquele dia, ela não estava grávida”, afirma. De acordo com Vieira, ela voltou ao consultório no dia 21 de outubro, com novos exames. “Falei que não tinha dado gravidez. Aí, quando chegou janeiro, vi as reportagens e achei que a conhecia”, conta.
O delegado seccional de Taubaté, Ivahir Freitas Garcia Filho, disse que vai dar sequência ao inquérito que apura o caso. Ele pretende ouvi-la nos próximos dias. O delegado afirmou na quarta que “a polícia instaurou o inquérito para ver se o comportamento dela tem algum cunho que infrinja a legislação penal brasileira". Um dos objetivos da investigação é atestar se a mulher obteve algum tipo de vantagem econômica com a falsa gravidez.
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