Infelizmente ainda existe a ausência de uma proposta pedagógica de fundamental importância, que é o Lúdico como elo principal.
É necessário que haja um envolvimento do professor para que o lúdico seja tratado como algo sério. Se o educador não tem a sensibilidade e consciência da grande importância que é a brincadeira para o pleno desenvolvimento de seus alunos, ele precisa começar a planejar as oportunidades em que essas crianças dirijam suas próprias ações, tendo em vista seus recursos individuais e seus limites inerentes ao aprendizado.
Percebemos hoje nas escolas, a ausência de uma proposta pedagógica que incorpore o lúdico como eixo de trabalho. Essa realidade do brincar nas escolas leva-nos a perceber a inexistência de espaço para um bom desenvolvimento dos alunos. Esse resultado, apesar de apontar na direção das ações do professor, não devemos atribuir-lhe a culpa. Ao contrário, trata-se de evidenciar o tipo de formação profissional do professor que não contempla informações, nem vivências a respeito do brincar e do desenvolvimento infantil em uma perspectiva social, afetiva, cultural, histórica e criativa.
Vygotski (1988) indica a relevância de brinquedos e brincadeiras como indispensáveis para a criação da situação imaginária. Revela que o imaginário só se desenvolve quando se dispõe de experiências que se reorganizam. A riqueza dos contos, lendas e o acervo de brincadeiras constituirão o banco de dados de imagens culturais utilizados nas situações interativas. Dispor de tais imagens é fundamental para instrumentalizar a criança para a construção do conhecimento e sua socialização. Ao brincar a criança movimenta-se em busca de parceria e na exploração de objetos; comunica-se com seus pares; se expressa através de múltiplas linguagens; descobre regras e toma decisões.
São poucas as escolas que investem neste aprendizado. A escola simplesmente esqueceu a brincadeira, na sala de aula ou ela é utilizada com um papel didático, ou é considerada uma perda de tempo. E até no recreio, a criança precisa conviver com um monte de proibições.
Os próprios pais por não terem o conhecimento da importância do lúdico, esquecem esse fundamental fator, o brincar. Muitos acham que um bom presente como uma roupa de grife, ou um tênis é muito “mais útil” e que o brinquedo é algo supérfluo. Isso é um grande engano e se o erro não for reparado a tempo, a criança irá ficar frustrada e as roupas ou os acessórios em geral não vão desenvolver o raciocínio, muito menos a afetividade.
A maioria das escolas de hoje está preparando seus alunos para um mundo que já não existe. No conceito de ações como simplesmente dar aulas, passar tarefas e fazer cobranças ao aluno, nada disso não os orienta quanto à aprendizagem desse aluno na construção do seu próprio conhecimento.
Psicopedagoga
Colunista Tv Badalo Ceara
4 comentários:
Muito bem dito Cleide, a única escola que trabalha desta forma é a construtivista, que visa a socialização,inclusão do ser na sociedade, incentivo a cultura e um trabalho diferenciado do tradicional, considero sim que criança é um ser do meio que convive...mais não concordo com a escola que visa o conhecimento apenas do ensino para o vestibular que futuramente irão enfrentar. Minha filha estudou em uma escola construtivista e vejo que ela sabe o que é cultura, ouviu toquinho, brincou de compartilhar, desenvolve métodos de estudo para brincar e brinca de estudar,ou seja, incentivo da escola e nosso (eu e marido). A criança é preparada para o futuro vivenciando no presente algo que realizou ou brincou de fazer no passado com formas lúdicas, que ajudaram a criança, a se socializar melhor e a ter uma postura diferenciada aos demais que compõe nossa sociedade. É uma pena que alguns estão no um mais um...porque, bom mesmo é criança sentar com crianças e como criança aprender a conviver com outras pessoas sem diferenciar raça,idade ou religião. Realmente criamos filhos e sabemos q participarão do mundo...mais o melhor é saber que eles somarão no mundo... mais precisamos fazer com que as escolas queiram que seus alunos sejam o futuro do amanhã,com qualidade de ensino. By Elen Bezerra
Obrigada pelo comentário querida. Que bom que tenha esse pensamento. Realmente no mundo onde a competitividade é encarada como fator principal em muitas escolas, as crianças deixam de aprender de maneira prazerosa e significativa. Precisamos através do construtivismo e do sóciointeracionismo, resgatar ações que venham realmente contribuir com o aprendizado de nossas crianças, para uma educação de qualidade voltada para o desenvolvimento das mesmas como um todo.
Cleide Araújo
Fico muito feliz em saber que uma profissional competente como vc está se realizando fazendo análises de assuntos tão importantes nos dando subsidios para uma melhor prática pedagógica. A cada comentário percebo como são fabulosas suas críticas, parabéns adorei seu trabalho.
ROSI com carinho.
Querida Rosi, eu é que fico feliz por saber que existe pessoas inteligentes e especiais como você, que sabe a importância da educação para as nossas crianças e para a sociedade.
Cleide Araújo
Postar um comentário