PMs Vendiam Drogas Apreendidas

Um processo que tramita na 38ª Vara Criminal da Capital do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro revela que policiais militares supostamente vendiam para traficantes da favela da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, drogas que eram apreendidas em outras comunidades cariocas.


As investigações começaram em 2007 mas somente no dia 23 de março deste ano a denúncia foi oferecida à Justiça. Dois PMs se tornaram réus mas ambos não estão mais na ativa.

Um deles, Alexandre Marques, conhecido como Cop, que era lotado no 23º BPM (Leblon, zona sul), foi expulso da corporação. O outro, Erivaldo da Silva, que trabalhava no 22º BPM (Complexo da Maré, na zona norte), teve a aposentadoria concedida no final do ano passado.

Os autos trazem informações sobre como ocorreu uma das supostas negociações entre os PMs e a quadrilha da Rocinha. Um trecho fala de uma interceptação telefônica (sem data especificada) em que Cop oferece chá-mate por R$ 350 o quilo para o traficante conhecido como Juca Terror, que foi preso no início de agosto, no Espírito Santo.

O chá-mate a que se referem, segundo os autos, trata-se de uma maconha que foi apreendida no Complexo da Maré.

Em uma outra parte do processo que também fala da mesma droga recolhida na Maré, os dois PMs suspeitos conversam e falam que o "whisky" (no caso a maconha apreendida) não era de boa qualidade e que baixariam o preço do quilo da droga para R$ 200.

Já expulso, o ex-PM do 23º BPM se apresentou à Justiça no mês de junho e está preso. Sua defesa requereu a liberdade em julho alegando que Alexandre é réu primário, trabalhador e possui domicílio certo. O recurso foi negado

Já o outro suspeito chegou a ficar preso mas teve o alvará de soltura expedido em julho. Na ocasião, a Justiça alegou que não havia indícios de que a soltura do acusado traria algum prejuízo à ordem pública e ao processo.

A Rocinha é apontada pela polícia do Rio como sendo a favela que mais vende drogas na cidade. A comuunidade é controlada pelo traficante Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, que está foragido. O Disque-Denúncia oferece uma recompensa de R$ 5 mil para quem prestar informações que ajudem a captura do criminoso.
Fonte:iG

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