Dilma entre a cruz e a espada

Hoje é o prazo final para que a presidenta Dilma Rousseff vete ou não a proposta aprovada pelo Congresso Nacional no último dia 6 de Novembro que visa uma nova redistribuição dos royalties entre os estados produtores e os não produtores.
Ou seja, caso Dilma sancione a lei, Rio de Janeiro e Espírito Santo, estados produtores do pré-sal, teriam que repassar parte do dinheiro para os demais estados e municípios da nossa federação, diminuindo assim a parcela destinada aos estados onde há extração.

Na última segunda-feira (26) o Governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral (PMDB) decretou ponto facultativo, convocou artistas globais, organizou passeata, tudo isso para manifestar em favor do veto que a presidenta Dilma decidirá hoje. 
Cabral quer que a presidenta deixe de fora do projeto os atuais contratos de exploração do regime de concessão para preservar os ganhos dos estados produtores. Já o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB) disse que se a presidenta vetar ela estará se indispondo com 24 estados da federação e com 5.400 municípios do Brasil. E agora Dilma fica entre a cruz e a espada, se vetar desagradará os outros estados, já se sancionar a lei ficará em maus lençóis com o Espírito Santo e Rio de Janeiro, e principalmente com o Governador deste último estado para as suas pretensões de reeleição em 2014. 
Se for para dividirmos nossas produções para todos os estados, vamos perguntar para qualquer baiano se ele aceitaria repartir os lucros da produção do cacau, ou se o gaúcho aceitaria dividir os lucros do carvão mineral, do vinho, ou se o mato-grossense repatria os lucros das sojas. Será que nós cearenses dividiríamos os lucros do feijão, milho, algodão ou cana-de-açúcar?  Se todas as federações fossem unidas e se seus governantes pensassem no povo dividiriam os seus lucros de produções, talvez assim vivêssemos em um país melhor e sem preconceito. 
Mas, a grande questão na divisão dos royalties é que envolve uma enorme quantidade de dinheiro, e isso deixa os outros chefes de estados com ciumeiras, pois querem também a sua fatia nesse bolo. E resta a Dilma ter muito jogo de cintura, pois o que está em jogo é o seu futuro político em 2014. E nesse campeonato o que menos importa é o povo brasileiro que tem que aturar mais um escândalo federal, mas isso é cena para a nossa próxima coluna política. 

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