Cadeia Afegã para Mulheres


Passado e presente andam lado a lado em Cabul. A velha burca ainda tem seu lugar, mas a maioria das mulheres parece bem mais moderninha.
As calças compridas estão mais justas, a roupa tradicional foi trocada por casacos e blusas ocidentais e até maquiagem já é permitido. Mas, se alguma dessas mulheres trair o marido e for denunciada, vai para a cadeia.

Nas prisões de mulheres em Cabul, a maioria está presa porque cometeu crimes como abandonar o marido. A pena vai de cinco a sete anos de prisão.

Laila tem 38 anos e está presa há três. Ela conta que o marido pensou que ela fosse fugir com outro e chamou a polícia. Agora, ela cumpre pena de cinco anos. Como era totalmente analfabeta, está aproveitando para frequentar aulas na cadeia.

Shopilay prefere as lições de bordado. Ela está presa sob a acusação de ter matado o marido. Ela nega e diz que não sabe quem foi. Sobre casamento, diz que a união é horrível.

- Somos assediadas, surradas, somos escravas dos homens.

Nesse sentido, as condições gerais da prisão são até melhores do que muitas das casas de onde essas mulheres vêm. Apesar de algumas carcereiras não parecerem muito amistosas, poucas detentas reclamam de maus tratos.

O problema é porque elas estão ali. Zarguna foi presa porque fugiu de casa para ficar com o namorado que a família não aprovava. Ele também foi para uma cadeia masculina, e ambos vão cumprir cinco anos cada.

Para se casar no Afeganistão, a mulher precisa da permissão da família.

Zarguna se distrai com a máquina de costura. Ela não sabe ler nem escrever, não recebe visitas e não poderá voltar pra casa dos pais. Quando sair, terá que ir para um abrigo de mulheres rejeitadas. E tem apenas 20 anos.
Fonte:R7

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